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quarta-feira, fevereiro 23, 2011


"Cirurgia de lipoaspiração?
Pelo amor de Deus, eu não quero usar nada nem ninguém, nem falar do que não sei, nem procurar culpados, nem acusar ou apontar pessoas, mas ninguém está percebendo que toda essa busca insana pela estética ideal é muito menos lipo-as e muito mais piração?
Uma coisa é saúde outra é obssessão. O mundo pirou, enl...ouqueceu. Hoje, Deus é a auto imagem. Religião, é dieta. Fé, só na estética. Ritual é malhação. Amor é cafona, sinceridade é careta, pudor é ridículo, sentimento é bobagem. Gordura é pecado mortal. Ruga é contravenção. Roubar pode, envelhecer, não. Estria é caso de polícia. Celulite é falta de educação. Filho da puta bem sucedido é exemplo de sucesso. A máxima moderna é uma só: pagando bem, que mal tem? A sociedade consumidora, a que tem dinheiro, a que produz, não pensa em mais nada além da imagem, imagem, imagem. Imagem, estética, medidas, beleza. Nada mais importa. Não importam os sentimentos, não importa a cultura, a sabedoria, o relacionamento, a amizade, a ajuda, nada mais importa. Não importa o outro, o coletivo. Jovens não têm mais fé, nem idealismo, nem posição política. Adultos perdem o senso em busca da juventude fabricada. Ok, eu também quero me sentir bem, quero caber nas roupas, quero ficar legal, quero caminhar, correr, viver muito, ter uma aparência legal mas... Uma sociedade de adolescentes anoréxicas e bulímicas, de jovens lipoaspirados, turbinados, aos vinte anos, não é natural. Não é, não pode ser. Que as pessoas discutam o assunto. Que alguém acorde. Que o mundo mude. Que eu me acalme. Que o amor sobreviva. 'Cuide bem do seu amor, seja ele quem for.' " Herbert Vianna, cantor e compositor.


(Achei tão atual, que passei a vez pra ele falar, aqui no blog) BJs

4 comentários:

Jens Says:
18:48

Oi Susi.
Perfeito o texto do Herbert. Ataca com precisão a cultura exacerbada do "corpo perfeito" que vigora na nossa sociedade, estimulada especialmente pela mídia e pela "indústria do emagrecimento", incluídos aí esteticistas, cirurgiões plásticos e produtores de alimentos diet. Pessoalmente abomino esta obsessão desmedida pela magreza. Entendo que possíveis adiposidades e inevitáveis sulcos na face não apenas são sintomas da passagem do tempo, mas refletem também as perdas e conquistas, os erros e acertos que acumulamos durante a nossa caminhada pela vida. Que fique claro que não sou radical neste assunto. Entendo a necessidade de eventuais correções estéticas como forma de fortalecer a auto-estima, principalmente feminina. O problema é quando a questão torna-se um aspecto fundamental na vida pessoa, transformando-se em fonte de preocupação constante, dando origem ao tormento e à insatisfação existenciais. O ideal seria cada um saber a dor e a delícia de ser o que é. Por dentro e por fora. O amor e a paixão, quando genuínos, não se deixam influenciar por modismos estéticos de ocasião. Neste aspecto, vale recordar a sabedoria popular: as aparências enganam.
***
Presumo que seria uma experiência fascinante ser teu ghost writer.
***
Beijo pra você. Pra cima com a viga. Sempre.

Nina Says:
18:20

Oi Susi, vc tava sumida ou é impressao minha???

Adoro esse texto porque é tao verdadeiro e bonito...

Luma Rosa Says:
00:37

Deprimente a "humanidade", não é? Tudo isso para chegar onde? Fiquei super feliz quando vi sua carinha lá no "luz"! :) Beijus,

Anônimo Says:
22:13

Estamos no final dos tempos, povo se preocupa mais com estética do que com o que tem por dentro. Lamentável. Obrigada pela visita ao blog.
Big Beijos

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